Estive esta semana na cidade de Campinas - SP ministrando aulas sobre manejo da fertilidade do solo para produção de hortaliças tanto em cultivo protegido quanto em campo. Apesar da presença de alguns brasileiros, o alvo pricipal do curso eram extensionistas e produtores de diversos países e do Caribe e mesmo alguns da América do Sul continental, como Suriname. Até onde sei, o curso foi financiado pelo PNUD e pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC), com apoio da Embrapa.
Um dos pontos que mais chamei a atenção para o grupo foi a importância de basear todo o manejo da nutrição no conhecimento das necessidades nutricionais das espécies olerícolas mas principalmente no conhecimento do que o solo já tem a oferecer em nutrientes, através da análise química do solo. Muitos se surpreenderam pela importância central da análise de solo, entenderam bem os problemas que podem vir da adubação via adivinhação, mas expressaram a preocupação por muitos dos países sequer possuírem laboratórios que façam esse tipo de análise. Em um caso desses, pode-se até entender que se adube de forma empírica. Não é o caso do Brasil, onde se tem abundância de laboratórios e de técnicos.
Outra limitação comum a alguns dos países do Caribe (e sei que a alguns países da África) é a escassez de fertilizantes comerciais. Muitas vezes, o comércio local oferece apenas uma formulação NPK (15-15-15, por exemplo) para toda e qualquer situação. Torna-se muito difícil fazer um manejo racional da adubação sem fontes simples de fertilizantes, como uréia, superfosfato simples, cloreto de potássio e outros. Novamente pude ver que apesar de todas as limitações, o Brasil ainda está muito a frente de muitos países e tem muito a oferecer em termos de conhecimento e tecnologia em agricultura.
O intercâmbio de idéias e experiências com essas pessoas foi muito bom e enriquecedor, acho que para ambos os lados. Pudemos ainda visitar a Hortitec, em Holambra, excelente oportunidade para que pudessem ver o que há de mais moderno em termos de maquinário, insumos e mesmo material genético para a produção hortícola no Brasil.
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